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Biografia :

médico, político, escritor e historiador português.
 

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Estudou em Coimbra, Porto e Lisboa, formando-se em medicina em 1909, na Escola Médico-cirúrgica do Porto, tendo escrito para tese de licenciatura Arte e Medicina. Exerceu ensino no Porto entre 1911 e 1915, sendo eleito deputado do Porto entre 1915 e 1917.


Revistas :

Fundou, com Leonardo Coimbra e outros intelectuais, em 1907 a revista "Nova Silva". Em 1910, com Teixeira de Pascoaes, colaborou na fundação da revista "A Águia", e, em 1912 iniciou "Renascença Portuguesa", que publicava o boletim "A Vida Portuguesa". Em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional de Portugal. Em 1921, abandonando a "Renascença Portuguesa", foi um dos fundadores da revista "Seara Nova".


Participação na Guerra :

Como voluntário participou na campanha da Flandres, no posto de capitão-médico. Gravemente ferido em combate foi condecorado com a Cruz de Guerra. Teve intensa participação na propaganda intervencionista dirigindo o diário democrático O Norte (1914-15), redigindo A Cartilha do Povo (1916). Resultando desta participação na I Grande Guerra,  escreveu as Memórias da Grande Guerra (1919).jaime-cortesao-04.JPG


Política :
 
No final da guerra assume um posicionamento apartidário, embora sem deixar de assumir uma postura crítica face ao poder político. Participou numa tentativa de derrube da ditadura militar portuguesa, presidindo a Junta Revolucionária estabelecida no Porto. Por esse motivo foi demitido de seu cargo de director da Biblioteca Nacional (Fevereiro de 1927), que exercia desde 1919.

O seu pensamento político pautou-se pelas ideias anarquistas, libertárias e altruístas visíveis nas colaborações nas revistas Nova Silva (1907) e A Vida Portuguesa (1909); a dinamização dos grupos do Amigos do ABC e participação nos movimentos académicos de contestação de Coimbra.

Foi defensor incondicional do republicanismo democrático, do igualitarismo reformista e idealista, em que a missão das elites surge continuamente afirmada, Cortesão, que ingressou na Maçonaria em 1911, participou activamente na propaganda republicana e, uma vez consumada a mudança política, empenhou-se na efectiva democratização do regime e das consciências.


Exílio :

jaime-cortesao-01.JPGDepois da demissão de seu cargo na Biblioteca Nacional (1927), exilou-se em França, de onde saiu em 1940, quando da invasão daquele país pelo Exército Nazi no contexto da Segunda Guerra Mundial. Dirigiu-se para o Brasil através de Portugal, onde veio a estar detido por um curto espaço de tempo.

No Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro, dedicando-se ao ensino universitário, especializando-se na História dos Descobrimentos Portugueses (de que resultou a publicação da obra homónima) e na Formação Territorial do Brasil.  Organizou um curso de história da cartografia do Brasil para diplomatas (1944). Em 1952, organizou a Exposição Histórica de São Paulo, para comemorar o 4.º centenário da fundação da cidade.

Regressou a Portugal em 1957. Envolvendo-se na campanha de Humberto Delgado, foi preso por 4 dias com António Sérgio, Vieira de Almeida e Azevedo Gomes em 1958, ano em que veio a ser eleito presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores. Foi o primeiro signatário do Programa para a redemocratização da república em Portugal (1960).


Obras :

- A Morte da Águia (Lisboa, 1910)
- A Arte e a Medicina : Antero de Quental e Sousa Martins (Coimbra, 1910)
- "O Poeta Teixeira de Pascoaes" in: A Águia, 1ª série, Porto, nº 8, 01/Abr/1911; nº 9, 1/Mai/1911.
- "A Renascença Portuguesa e o ensino da História Pátria" in: A Águia, 1ª série, nº 9, Porto, Set. 1912.
- "Da 'Renascença Portuguesa' e seus intuitos" in: A Águia, 2ª série, nº 10, Porto, Out. 1912.
- "As Universidades Populares", série de artigos in: A Vida Portuguesa, Porto, 1912-1914.
- …Daquém e Dalém Morte, contos, (Porto, 1913)
- Glória Humilde, poesia, (Porto, 1914)
- Cancioneiro Popular. Antologia (Porto, 1914)
- Cantigas do Povo para as Escolas (Porto, 1914)
- "O parasitismo e o anti-historismo. Carta a António Sérgio" in: A Vida Portuguesa, nº 18, Porto, 2/Out/1914.
- "Teatro de Guerra", série de artigos in: O Norte, Porto, 1914.
- O Infante de Sagres, drama, (Porto, 1916)
- "Cartilha do Povo. 1º Encontro" in: Portugal e a Guerra, Porto, 1916.
- "As afirmações da consciência nacional", série de artigos in: Atlântida, Lisboa, 1916.
- Egas Moniz, drama, (Porto, 1918)
- Memórias da Grande Guerra (1916-1919) (Porto, 1919)
- "A Crise Nacional" in: Seara Nova, nº 2, Lisboa, 5/Nov/1921.
- Adão e Eva, drama, (Lisboa, 1921)
- A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil (Lisboa, 1922)
- Itália Azul (Rio de Janeiro; Porto, 1922)
- O Teatro e a Educação Popular (Lisboa, 1922)
- Divina Voluptuosidade, poesia, (Lisboa, 1923)
- Intuitos da União Cívica, União Cívica. Conferências de Propaganda (Porto, 1923)
- "A Reforma da Educação" in: Seara Nova, nº 25, Lisboa, Jul. 1923.
- Do sigilo nacional sobre os Descobrimentos (Lisboa, 1924)
- A Tomada e Ocupação de Ceuta (Lisboa, 1925)
- Le Traité de Tordesillas et la Découverte de L'Amérique (Lisboa, 1926)
- A Expansão dos Portugueses na História da Civilização (Lisboa, 1983 (1ª ed., 1930))
- Os Factores Democráticos na Formação de Portugal (Lisboa, 1964 (1ª ed., 1930))
- História da expansão portuguesa (Lisboa, 1993), colaboração na História de Portugal dirigida por Damião Peres, 1931-1934.
- Influência dos Descobrimentos Portugueses na História da Civilização (Lisboa, 1993), colaboração no vol. IV da História de Portugal dirigida por Damião Peres, 1932.
- "Cartas à Mocidade" in: Seara Nova, Lisboa, 1940.
- Missa da Meia-noite e Outros Poemas, sob o pseudónimo de António Froes (Lisboa, 1940)
- 13 Cartas do cativeiro e do exílio (1940) (Lisboa, 1987)
- "Relações entre a Geografia e a História do Brasil" e "Expansão territorial e povoamento do Brasil" in: História da Expansão Portuguesa no Mundo, dirigida por António Baião, Hernâni Cidade e Manuel Múrias, vol. III, Lisboa, 1940.
- O carácter lusitano do descobrimento do Brasil (Lisboa, 1941)
- Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses – A Geografia e a Economia da Restauração (Lisboa, 1940)
- O que o povo canta em Portugal. Trovas, Romances, Orações e Selecção Musical (Rio de Janeiro, 1942)
- Cabral e as Origens do Brasil (Rio de Janeiro, 1944)
- Os Descobrimentos pré-colombinos dos Portugueses (Lisboa, 1997 (1ª ed., 1947))
- Eça de Queiroz e a Questão Social (Lisboa, 1949)
- Os Portugueses no Descobrimento dos Estados Unidos (Lisboa, 1949)
- Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid (Lisboa, 1950)
- Parábola Franciscana, poesia, (Lisboa, 1953)
- O Sentido da Cultura em Portugal no século XIV (Lisboa, 1956)
- Raposo Tavares e a Formação Territorial do Brasil (Rio de Janeiro, 1958)
- A Política de Sigilo nos Descobrimentos nos Tempos do Infante D. Henrique e de D. João II (Lisboa, 1960)
- "Prefácio a modo de memórias" in: O Infante de Sagres, 4ª ed., (Porto, 1960)
- Os Descobrimentos Portugueses, 2 vols., (Lisboa, 1960-1962)
- Introdução à História das Bandeiras, 2 vols., (Lisboa, 1964)
- O Humanismo Universalista dos Portugueses (Lisboa, 1965)
- História do Brasil nos Velhos Mapas (Rio de Janeiro, 1965-1971)
- Portugal – A Terra e o Homem (Lisboa, 1966)

 
 
video de RedeUCoimbra  



Genealogia :

Portugal-mapa-Ourenta-01.jpgNasceu em Ançã (Cantanhede) a 29 de Abril de 1884 e morreu em Lisboa a 14 de Agosto de 1960.

Filho de : António Augusto da Silva Cortesão (filólogo) e Norberta Cândida Zuzarte de Abreu


Neto Materno de José Joaquim Pires de Abreu e Maria Ermelinda da Cunha Zuzarte de Freitas (Porto)


Irmão do historiador Armando Cortesão (1891-1977)

Filha : a ecologista Maria Judith Zuzarte Cortesão (1914-2007)




Filha :
Maria-Judith-Zuzarte-Cortesao-01b.jpgMaria Judith Zuzarte Cortesão
 (Porto, 31/12/1914 - Genebra, 25/09/2007)

professora universitária, geneticista e ecologista luso-brasileira.


Casou com o literato português Agostinho da Silva (1906-1994). Teve oito filhos, dois deles adotivos, 21 netos e uma bisneta.

Aos 17 anos foi obrigada a deixar Portugal porque seu pai, Jaime Zuzarte Cortesão, estava sendo perseguido pelo governo ditatorial de António de Oliveira Salazar. Sua família passou pelo exílio na Espanha, na França, na Bélgica e na Inglaterra, e chegou ao Brasil em 1940, quando Jaime aqui se instalou para pesquisar a história da formação territorial do país.

Morou ainda no Peru, no Uruguai e novamente em Portugal. Estabeleceu-se em Brasília na década de 1980, e mudou-se em 1993 para a cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), onde foi professora do único curso de pós-graduação em Educação Ambiental Marinha do Brasil, Judith dedicou-se a erudição em diversas áreas do conhecimento dentre as quais neuroendocrinologia e genética e reprodução humana.

Escreveu dezesseis livros, entre eles Pantanal, Pantanais e Juréia, Luta pela Vida. Participou da elaboração de seis filmes, como Taim, de Lyonel Lucini, sobre a reserva gaúcha. Foi uma das criadoras do programa Globo Ecologia e da ong ARCA, e consultora das ongs SOS Mata Atlântica e Instituto Acqua. Ela idealizou o Centro de Informação e Formação de Médicos e Cirurgiões de Doenças do Aparelho Locomotor de Brasília, no Hospital Sarah Kubitschek, e representou o Brasil em comissões internacionais, como a das Nações Unidas sobre Poluição Marinha de Origem Terrestre, no Quênia, e a do Patrimônio da Humanidade, no Canadá. Acompanhou missões da Unesco em Portugal e no Brasil, e representou o Peru, o Uruguai e a Inglaterra em congressos sobre assuntos tão diversos como medicina, literatura e educação. Participou ainda das duas primeiras expedições brasileiras à Antártida, em 1982 e 1983.

Em 2003, em Brasília, recebeu pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Ordem do Mérito Cultural.

Faleceu em 2007, na vila de Genebra  (Suiça) aos 92 anos.



Irmão :Antonio-Cortesao-1912-jogos-olimpicos.jpg
Antonio de Feitas Zuzarte Cortesão
(São João do Campo, Coimbra, 1891 — Lisboa, 29/11/1977)

engenheiro agrónomo, administrador colonial e historiador português.

Antonio-Cortesao-02.jpgRepresentou Portugal nos Jogos Olímpicos de Estocolmo em 1912.

Licenciou-se em Agronomia na Universidade de Coimbra, em 1913. Viveu em seguida nos Estados Unidos, estudando as Antilhas, tendo publicado em 1915 um relatório do resultado da sua pesquisa. De 1916 a 1920 dirigiu o Departamento de Agricultura de São Tomé e Príncipe, tendo, parte do tempo, colaborado na missão geodísica levada a cabo em São Tomé pelo almirante Gago Coutinho. Foi depois chefe da repartição de Agricultura do Ministério das Colónias até 1925 e responsável pelas Colónias desde essa altura até 1932, tendo-se então incompatibilizado com o governo de Salazar. Passou os vinte anos seguintes no exílio, sobretudo em Inglaterra e na França.Antonio-Cortesao-01.jpg

O seu primeiro artigo de História foi publicado em 1926, mas só se empenhou na historiografia a partir de meados da década de 1930, já no exílio, tendo percorrido as biblioteca dos países onde então viveu à procura de mapas portugueses dos séculos XV e XVI. De 1941 a 1944 operou baterias anti-aérias em Londres. Depois da Segunda Guerra Mundial foi para Paris trabalhar na Unesco.

Regressou a Portugal em 1952, tendo-se tornado professor de Estudos em Carografia Antiga, em Coimbra. Em 1960–1962 publicou, juntamente com o Comandante Teixeira da Mota, a Portugaliæ Monumenta Cartographica, em seis volumes. Faleceu quando estava a escrever o terceiro volume da História da Cartografia Portuguesa.
 

Obras publicadas :

- Cartografia e cartógrafos portugueses dos séculos XV e XVI, Seara Nova, 1935
- The Suma Oriental of Tomé Pires: an account of the east, from the Red Sea to Japan, written in Malacca and India in 1512–1515/The Book of Francisco Rodrigues rutter of a voyage in the Red Sea, nautical rules, almanack and maps, written and drawn in the east before 1515, The Hakluyt Society, 1944
- Portugaliæ Monumenta Cartographica (em co-autoria com o Comandante Teixeira da Mota), Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do infante D. Henrique, 1960–1962
- O mistério de Vasco da Gama, Junta de Investigações do Ultramar, 1973.
- História da cartografia portuguesa (em co-autoria com Luís de Albuquerque), Junta de Investigações do Ultramar, 1969–1970
- Esparsos (3 vols.), Universidade de Coimbra, 1974–1975.

Tag(s) : #Cantanhede, #Cantanhede : Pessoas, #Ançã
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